quinta-feira, 8 de maio de 2014

Manter-se ocupado quando se está desocupado

Enquanto realizei o meu estágio profissional estava ocupada entre as 9h e as 17h. Durante todo esse período o meu horário pós-laboral dividiu-se entre muitas idas à praia, natação, mais trabalho, leituras, namoro, os amigos e cozinhados. Como a semana era passada num frenesim, apreciava o fim-de-semana no sossego do lar, a actualizar filmes e séries.
Com o final do estágio veio o desemprego e o tempo livre a mais. Surgiu a oportunidade de realizar uma pós-graduação, opção que abracei de imediato. Apesar de ser numa área interessante e dar-me a oportunidade de estabelecer um novo grupo de colegas, as aulas somente me ocupam o final da 6ª feira e o Sábado. Ora, para uma pessoa que estava habituada a estar constantemente ocupada, isto não é suficiente.
Entretanto, estou desempregada há quatro meses e os efeitos do dolce fare niente já são por demais evidentes: a leitura (a minha paixão!) está relegada, perdi o prazer em passar um par de horas a ler, sinto-me inútil por não fazer nada produtivo. De igual modo, a natação, que me ajudava a desanuviar a cabeça, já não me suscita interesse. Ver um filme está fora de questão, fico aborrecida e, entre pausas, sou capaz de levar mais uma meia hora para vê-lo todo. A criatividade para os cozinhados diminuiu drasticamente e faço comida porque tem de ser. O calor do Verão já despertou e, apesar disso, não sinto vontade de ir à praia. 
Em compensação a este meu desinteresse por aquilo que outrora gostava, tenho-me dedicado aos trabalhos do curso. Sei que preciso de fazer mais por mim, para distrair-me, mas quando se vive no campo, as despesas com o combustível falam mais alto. Reconheço que é importante ter a cabeça noutro sítio que não o desemprego, mas eu não quero passatempos, quero um trabalho.

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