domingo, 25 de maio de 2014

Até onde vão os nossos limites?

Já perdi a esperança de encontrar trabalho na minha área nos próximos dez anos em Portugal (ou o tempo que levar para se deixar de falar em crise). Posto isto, abri o meu leque de opções e candidato-me a praticamente qualquer coisa. Cafés, lojas, armazém, etc. Não são trabalhos de sonho, não é para isso que continuo a estudar, mas manter-me-ia ocupada. 
Já fui alvo de olhares cheios de pena por candidatar-me a este tipo de empregos. Mas, para outras pessoas isto não parece ser suficiente e sugeriram-me que considerasse um trabalho de assistente domiciliar. Tenho o mais profundo respeito pela profissão e por quem a desempenha. Durante anos vivi com a minha avó, que estava acamada, e sei demasiado bem em que consiste a função.
Não é por ser licenciada, mas também, teria de estar muito desesperada para fazer este tipo de trabalho. Estaria antes a limpar sanitas de um centro comercial qualquer. 
Durante o meu trajecto enquanto desempregada tenho levado umas quantas pancadas, mas esta, esta destruiu uma parte de mim. Senti-me humilhada ao me proporem esta alternativa e pergunto-me se é isto que Portugal tem para dar a uma jovem licenciada, com formações, estágios e uma pós-graduação.

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