sexta-feira, 24 de abril de 2015

As pessoas querem trabalhar, mas não a qualquer custo

O meu anterior trabalho não correu nada bem. Nem era pela função em si, porque conseguia-me ver a fazer aquilo no futuro com um ordenado um pouquinho maior. Apesar de ser trabalho de escritório, era cansativo, mas há coisas piores.
No entanto, não levei o contrato de trabalho até ao final. Teria ficado doente se continuasse lá. Alguns colegas eram simpáticos e ajudavam aqui a novata, mas a grande maioria não tinha perfil para explicar como as coisas funcionavam, a sequência dos processos, indicar-me as minhas responsabilidades. Respondiam torto, advertiam-me (para não dizer que me ameaçavam) o que aconteceria se não conseguisse levar uma tarefa até ao final, fizeram-me fazer coisas com as quais não me identificava porque era assim que a empresa funcionava. Tinha de chegar mais cedo ao trabalho e ainda amuavam se saísse à hora em que deveria sair.
Em suma, não me sentia respeitada. Enquanto lá estive, desejei tantas vezes ter outro trabalho (para o qual nem precisasse da licenciatura). De maneira que revi as minhas prioridades e eu sou mais importante, o meu bem-estar está à frente de qualquer coisa e sair daquele pesadelo acabou por ser a opção escolhida e da qual não me arrependo.
Agora que me lembro desta fase, parece que foi há tanto tempo (mas não, é bem recente)... Devo dizer que foi uma escolha difícil tendo em conta a situação do país. Uma estupidez, aos olhos de alguns, mas a melhor coisa para mim.

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