quarta-feira, 15 de outubro de 2014

De caras com a realidade

Ao candidatar-me a um emprego, disse inúmeras vezes que o lugar já tinha sido atribuído a um afilhado/amigo/sobrinho (o ao raio que o parta) e que aquilo não passava de uma fantochada. É normal dizermos este e outro tipo de coisas, não é que se tenha absoluta certeza mas parte mais da nossa intuição. Como é uma suposição não dói, é a nossa imaginação a viajar sem limites. 
Porém, esta semana fiz 56 km (ida e volta) para entregar uma candidatura a um concurso público. O meu primeiro pensamento foi se valeria a pena o trajecto e a tinta gasta na impressão do currículo e nas quase duas dezenas de certificados. Por fim, decidi que sim, "quem sabe...". Afinal, se não responder a candidaturas, não me posso queixar que não aparece nada.
Nesse mesmo dia - a certeza - o concurso era para regularizar a situação de pessoas que estavam a contrato na entidade. E pergunto-me, para onde vai o meu currículo e o das outras pessoas? Será que alguém lhes pega sequer? O responsável não fica com remorsos por ver ali as expectativas de tantas pessoas que mereciam um processo de recrutamento transparente e justo? Será que no meio dessa fantochada não haveria pessoas tão ou mais qualificadas e quem mereciam uma oportunidade?

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